sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Lúcifer e luciferianismo II

Na ultima postagem estudamos sobre o nome Lúcifer sua origem e significado, nesta daremos novos passos, relembrando e aprendendo mais sobre Lúcifer e ser luciferiano.
“Porem o tema é muito emaranhado”. Os conceitos se misturam. Necessariamente terei de ir avançando sem muita ordem lógica. Irei avançando por um mosaico, não seguindo um fio desemaranhado. Como dizia Marshall McLuhan, há temas em que a exposição acumulativa substitui com vantagem o método lógico dedutivo da exposição.
Associarei os conceitos às suas origens e às suas repetições ao longo da história.”
(Palavras de Oscar. G. Quevedo do seu livro “Antes que os demônios voltem” pág. 258).
Antes de continuarmos o estudo gostaria de indicar esta obra que acredito que seja de grande riqueza, e que pessoalmente me ajudou a compreender muitas coisas!
Continuando...
Lúcifer ou Luzbel é considerado na cultura popular cristã o chefe supremo de todos os anjos rebeldes, e expulsos do céu. Após Orígenes, começou-se a identificar Lúcifer com Satã.
Na realidade, Isaías (14,12) não faz nada mais que comparar a queda dum tirano (suposto) – o rei da Babilônia, sem dúvida Nabucodonosor ou Nabônides – à queda de Hélel ben Shahar da mitologia fenícia. Na epopéia mítica de Rãs-Shamra aparecem as divindades “Estrela d’Alva” e “Aurora”. Reuniam-se com outros deuses na montanha da Assembléia, como os deuses do Olimpo.
Na versão latina, a queda de Hélel ben Shahar converteu-se na queda de Lúcifer, que aparece pela manhã, e a bíblia de Jerusalém apresenta a tradução etimológica: “Estrela d’ Alva, filho da Aurora”.
João visa também o significado etimológico: o próprio cristo é chamado Lúcifer: “ Eu sou o rebento da estirpe de Davi, a brilhante estrela da manhã, Lúcifer. (Ap 22,16).
E a igreja repete essa aplicação de Lúcifer a Cristo no Exultet da Vigília Pascal.
Não é raro que a bíblia faça comparações com a mitologia Cananéia, cheia de guerras e disputas entre os deuses, como na mitologia greco-romana e em tantas outras que influíram nos povos vizinhos e no próprio povo judeu.
Nada se diz de um anjo caído. Que tem a ver Lúcifer com Diabo, com Satã, com o príncipe dos demônios?
(Oscar. G. Quevedo do seu livro “Antes que os demônios voltem” pág. 284 e 285).
Aprendemos neste texto, que a “queda” de Lúcifer nada mais é do que uma comparação com a mitologia fenícia, e que primeiramente o povo judeu herdou em muito de outras culturas.
Ora sou um luciferiano e não um ateu, quem conhece Oscar. G. Quevedo sabe que ele não acredita em demônios assim como eu,( ou melhor dizendo não acredito no diabo), ele não acredita baseado na fé e estudos dele, assim como eu não acredito baseado na minha fé e estudos. A minha intenção com este texto não é provar a existência ou não de demônios, mas mostrar que Lúcifer é pré- cristão ou seja, nada tem a ver com esta estória criada pela igreja sobre demônios e inferno para apavorar e ameaçar o povo com o medo e o terror. Sim há paralelos nestas culturas, mas paralelos que devem ser estudados sem preconceito cultural ou religioso, um paralelo que na verdade pode ser um dos maiores segredos da nossa história.
Antes de terminar este texto gostaria de abordar o termo demônio.
Demônio: um equivalente hebraico para traduzir exatamente o termo grego daimonion.
O vocábulo demônio vem do Grego daimon e daimonion, com o plural daimones, cujo significado é alma (espírito). E a alma pode ser boa ou má. Mas, por influência do Zoroastrismo e do Maniqueísmo, a palavra demônio, usada mais no plural, demônios, passou a significar no Cristianismo somente espíritos maus ou impuros, como sendo o pólo oposto de Deus, o princípio único do bem. O texto bíblico em Grego, quando se refere a um espírito mau, usa a palavra akarthatos.
Dione César Mendes.

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